Caracterização das vítimas e da violência sexual cometida por adolescentes
##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
(analítico)
A violência sexual é um problema de saúde pública multifacetado, cometida cada vez mais por adolescentes.
Este artigo analisa as principais características das vítimas e do contexto da violência sexual praticada por adolescentes numa região do Brasil. Para isso, realizou-se pesquisa documental em 254 processos judiciais, nos quais foram identificadas 291 vítimas. Utilizando-se de estatística descritiva, identificou-se que as vítimas dos adolescentes ofensores sexuais foram predominantemente do sexo feminino, em idades entre 10 e 14 anos, que convivem com o ofensor, cuja ofensa ocorreu especialmente dentro da casa do adolescente ou da casa da vítima. O conhecimento de tais características contribui no planejamento de intervenções preventivas. A atuação das diversas políticas públicas e o envolvimento das famílias são primordiais nas intervenções e tratamento das vítimas.
Palavras-chave: Adolescente, violência sexual, família.
Downloads
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
-
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
-
NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
-
CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Referências
Allroggen, M., Ohlert, J., Rau, T., & Ferget, J. M. (2017). Sexual violence by juveniles in institutions: A descriptive study on prevalence and circumstances. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, 62(7), 251-268. https://doi.org/gdgcqm
Andolfi, M., & Mascellani, A. (2014). Historias de la adolescência. Gedisa.
Arpini, D. M., Savegnago, S. D. O., & Witt, C. S. (2017). O ponto de vista de adolescentes em situação de vulnerabilidade social sobre o agressor sexual. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 12(2), 247-262.
Bandeira, L. (2012). Violências contra mulheres: reflexões e casos de intervenção. En M. A. Penso, & T. M. C. Almeida (Eds.), Direitos e Conflitos Psicossociais: ações e interfaces disciplinares (pp.132-139). Roca.
Barra, S., Bessler, C., Landolt, M. A., & Aebi, M. (2017). Patterns of adverse childhood experiences in juveniles who sexually offended. Sexual Abuse. A Journal of Research and Treatment, 30(7), 1-25. https://doi.org/10.1177/1079063217697135
Carreteiro, T. (2010). Adolescências e experimentações possíveis. En M. M. Marra, & L. F. Costa (Eds.), Temas da clínica do adolescente e família (pp. 15-24). Ágora.
Collin-Vézina, D., Sablonnière-Griffin, M. de la, Palmer, A., & Milne, L. (2015). A preliminary mapping of individual, relational, and social factors that impede disclosure of childhood sexual abuse. Child Abuse & Neglect, 43, 123-134. https://doi.org/f7fbhp
Conceição, M. I. G., Costa, L. F., Penso, M. A., & Williams, L. C. A. (2020). Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicologia Clínica, 32(1), 101-121.
Costa, L. F., Junqueira, E. L., Menezes, F. F. F., & Stroher, L. M. C. (2013). As relações familiares do adolescente ofensor sexual. Psico-USF, 18(1), 33-44. https://doi.org/f5t2
Costa, L. F., Marreco, D. F., Barros, J. F., & Chaves, M. N. G. (2015). Meninos pré adolescentes que abusam sexualmente de meninos. Acta Psiquiátrica y Psicologica, 61(1), 79-87.
Costa, L. F., Penso, M. A., Conceição, M. I. G., & Carreteiro, T. C. O. C. (2017). Transmissão geracional familiar em adolescentes que cometeram ofensa sexual. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(4), 995-1010. https://doi.org/10.1590/1982-3703004722016
Costa, L. F., Penso, M. A., Conceição, M. I. G., & Montenegro, N. M. S. (2018). Abuso sexual com vítimas do sexo masculino: revitimização e polivitimização. En L. F. Habigzang, P. I. C. Gomide, & G. M. Rocha, (Eds.), Psicologia forense: temas e práticas (pp. 71-87). Juruá.
Crawford-Jakubiak J. E., Alderman E. M., & Leventhal, J. M. (2017). Care of the adolescent after an acute sexual assault. Pediatrics, 139(3). e20164243. https://doi.org/f9x55f
Dias, V. C., Lima, N. L., Viola, D. T. D., Kelles, N. F., Gomes, P. S., & Silva, C. R. (2019). Adolescentes na rede: Riscos ou rito de passagem? Psicologia: Ciência e Profissão, 39, 1-15. https://doi.org/10.1590/1982-3703003179048
Domingues, D. F., & Costa, L. F. (2017). Adolescentes que cometeram ofensa sexual. Pensando Familias, 21(2),15-27.
Facuri, C. O., Fernandes, A. M. S., Oliveira, K. D., Andrade, T. S., & Azevedo, R. C. S. (2013). Violência sexual: estudo descritivo sobre as vítimas e o atendimento em um serviço universitário de referência no Estado de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 29(5), 889-898. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2013000500008
Fontes, L. F. C, Conceição, C. C., & Machado, S. (2017). Violência sexual na adolescência, perfil da vítima e impactos sobre a saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, 22(9), 2919-2928. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
Foro de Seguridad Pública de Brasil. (2019). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. https://bit.ly/2QcbPHj
Gonçalves, H., Machado, E. C., Soares, A. L. G., Camargo-Figuera, F. A., Seerig, L. M. S., Mesenburg, M. A., Guttier, M. C., Barcelos, R. S., Buffarini, R., Assunção, M. C. F., Hallal, P. C., & Menezeset, A. M. B. (2015). Início da vida sexual entre adolescentes (10 a 14 anos) e comportamentos em saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18(1), 1-18. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500010003
Gonzales-García, F., & Carrasco, M. A. (2016). Evaluación del perfil psicosocial en menores víctimas de abuso sexual: diferencias por sexo y edad. Revista de Psicología Clínica con Niños y Adolescentes, 3(2), 87-98.
Goulet, J. S., & Tardif, M. (2018). Exploring sexuality pro#les of adolescents who have engaged in sexual abuse and their link to delinquency and offense characteristics. Child Abuse & Neglect, 82, 112-123. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2018.05.023
Heilborn, M. L. (2012). Por uma agenda positiva dos direitos sexuais da adolescência. Psicologia Clínica, 24(1), 57-68. https://doi.org/10.1590/s0103-56652012000100005
Hohendorf, J. V., Santos, S.S., & Dell’aglio, D. D. (2015). Estudo de caso sobre a revelação da violência sexual contra meninos. Contextos Clínicos, 8(1), 46-54. https://doi.org/f5t4
Instituto de Investigaciones Económicas y Aplicadas. (2018). Atlas da violência. https://bit.ly/3s9yOQh
Marra, M. M., & Costa, L. F. (2018). Entre a revelação e o atendimento: família e abuso sexual. Avances en Psicologia Latinoamericana, 36(3), 459-475. https://doi.org/f5t5
Matos, K. J. N., Pinto, F. J. M., & Stelko-Pereira, A. C. (2018). Violência sexual na infância associa-se a qualidade de vida inferior em universitários. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 67(1), 10-71. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000178
Ministerio de Salud. (2018). Análise epidemiológica da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, 2011 a 2017. Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, 49(27), 1-17.
Nogueira-Da Silva Costa, B., & Costa, L. (2013). Perpetrador y la víctima: el adolescente que cometió delito sexual. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 11(2), 633-645.
Oliveira, Q. B. M., Assis, S. G., Njaine, K., & Pires, T. O. (2016). Violência física perpetrada por ciúmes no namoro de adolescentes: um recorte de gênero em dez capitais brasileiras. Psicologia: Teoria e Investigación, 32(3), 1-12. https://doi.org/gg2shb
Padilha, M. G. S., & Filho, I. X. V. (2016). Abuso sexual: a violência sexual contra vulneráveis. En P. I. Gomide, & S. S. Staut Júnior (Eds.), Introdução à psicologia forense (pp.183-204). Juruá.
Paludo, S. S., & Schirò, E. D. B. (2012). Um estudo sobre os fatores de risco e proteção associados à violência sexual cometida contra adolescentes e jovens adultos. Estudos de Psicologia, 17(3), 397-404. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2012000300007
Pincolini, A. M. F., & Hutz, C. S. (2014). Abusadores sexuais adultos e adolescentes no sul do Brasil: investigación em denúncias e sentenças judiciales. Temas em Psicologia, 22(2), 301-311. https://doi.org/10.9788/tp2014.2-03
Platt, V. B., Back, I. C., Hauschild, D. B., & Guedert, J. M. (2018). Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Ciência e Saúde Coletiva, 23(4), 1019-1031. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
Presidência da República [Brasil]. (2009). Lei n. 12.015. Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no. 2848, de 7 de dezembro de 1940-Código Penal, e o art. 1o. da Lei no. 8072, de 25 de julho de 1990. https://bit.ly/3t7ebpg
Presidência da República [Brasil]. (2018). Lei n. 13.718. Altera o Decreto-Lei nº 2848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). https://bit.ly/3mAmIyH
Said, A. P., & Costa, L. F. (2019). Dinâmicas familiares de meninos vítimas de abuso sexual. Paidéia, 29.
Sena, C. A., Silva, M. A., & Neto, G. H. F. (2018). Incidência de violência sexual em crianças e adolescentes em Recife/Pernambuco no biênio 2012-2013. Ciência & Saúde Coletiva, 23(5), 1591-1599. https://doi.org/10.1590/1413-81232018235.18662016
Torres, M. S. (2019). Atitudes, autoeficácia ocupacional e tomada de decisão de profissionais na avaliação de situações de violência sexual contra crianças e adolescentes [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. PUCRS Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones. http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8972
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (2020, Março). História. https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-juventude/institucional/historia
World Health Organization. (2015). Strengthening the medico-legal response to sexual violence. https://bit.ly/3mvGsn6
World Health Organization. (2017). Responding to children and adolescents who have been sexually abused: WHO clinical guidelines. https://bit.ly/3fYjaos
Yoder, J., Dillard, R., & Leibowitz, G. S. (2017). Family experiences and sexual victimization histories: A comparative analysis between youth sexual and nonsexual offenders. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, 62(10), 2917-2936. https://doi.org/10.1177/0306624X17738063