Educação do campo no Brasil: um discurso para além do pós-colonial?

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Sonia María da Silva Araújo

Resumen

artigo identifica a educação do campo como fenômeno social que pode ser analisado com base na teoria pós-colonial. Todavia, ressalta-se que isto não é possível sem um deslocamento da matriz originária da teoria. Com base na desconstrução do discurso defende-se que a educação do campo é uma prática pós-colonial não porque no seu discurso o Brasil aparece como um país que não superou as mazelas do colonialismo ou porque continua a manifestar marcas da colonização portuguesa; nem porque o Brasil, na condição de país periferizado na ordem transnacional do capitalismo global, foi um país que se deixou subordinar. Mas porque os discursos da educação do campo manifestam resistências e enfrentamentos contra forças políticas internas e externas de seu território.


Palavras-chave: pós-colonialismo, enfrentamento propositivo, educação do campo.

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Cómo citar
da Silva Araújo, S. M. (2010). Educação do campo no Brasil: um discurso para além do pós-colonial?. Revista Latinoamericana De Ciencias Sociales, Niñez Y Juventud, 8(1), 221–242. Recuperado a partir de https://revistaumanizales.cinde.org.co/rlcsnj/index.php/Revista-Latinoamericana/article/view/52
Sección
Primera Sección: Teoría y Metateoría
Biografía del autor/a

Sonia María da Silva Araújo, Universidade Federal do Pará

Professora adjunta do Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará (ICED/UFPA), Brasil, Coordenadora o Grupo de Pesquisa “Constituição do Sujeito, Cultura e Educação” – ECOS. Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), fez estágio pós-doutoral no Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (CES/FE/UC).

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